Cinema

Os melhores filmes feministas do século XXI

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Aproveitado o Dia Internacional da Mulher que todos os anos é celebrado a 8 de março, bem como a estreia de Captain Marvel, o primeiro filme do Universo Cinemático da Marvel protagonizado por uma mulher, queremos dar-vos a conhecer os melhores filmes feministas do século XXI.

Nos últimos tempos muitas foram as reinvindicações feministas em todo o mundo. As mulheres pedem cada vez mais igualdade de direitos em relação aos homens e mais justiça. É incompreensível como nos dias de hoje ainda há espaço para a tirania contra as mulheres, para a desigualdade salarial, bem como para os assédios sexuais que marcam vários setores da nossa sociedade, entre eles a própria indústria cinematográfica.

Apoiados nesta lógica, e tentando que os filmes feministas sejam mais discutidos, promovemos uma viagem para as melhores longas-metragens de ficção dos últimos anos que abordam o tema feminista com muita garra!

Melhores filmes feministas século XXI

O feminismo no cinema do século XXI

É verdade que muitos movimentos – e o movimento feminista não é diferente – acabam por cair extremismos, mas aqui procuramos mostrar como as mulheres ainda lutam por uma voz na sociedade. Isso acontece por razões culturais e históricas, resultando em manifestações e conflitos um pouco por todo o mundo.

O cinema como ferramenta de ensino, e como uma forma dos espetadores despertarem para as distintas realidades existentes neste mundo, tem-se também alimentado do movimento feminista para construir as suas narrativas. Muitos dos filmes de hoje, mesmo que realizados por homens (quem disse que os homens não podem ser feministas?), dão voz à mulher, procurando incentivar à mudança.

Hoje, relembramos estes filmes e os seus artistas! Assim, conhece os melhores filmes feministas do século XXI e participa na transformação por uma sociedade mais justa!

As Horas (2002)

Melhores filmes feministas século XXI

Fonte IMDB

“As Horas” (Stephen Daldry, 2002) foi um dos primeiros filmes do início do novo milénio a ter um elenco maioritariamente feminino. Além disso, toda a sua narrativa parte de “Mrs. Dalloway”, uma das obras da autora feminista Virginia Woolf, que é uma das personagens no filme. “Mrs. Dalloway”, liga as vidas de três mulheres sem aparente relação entre si.

Três eras, três histórias e três mulheres sem a noção de que apenas uma obra singular e poderosa pode mudar-lhes a vida. As mulheres são Virginia Woolf, a própria autora, Laura Brown, um mãe e esposa que vive em Los Angeles no final da 2ª Guerra Mundial e que através da leitura de Mrs. Dalloway pode mudar a sua vida para sempre, e finalmente, Clarissa Vaughan, uma versão actual de Mrs. Dalloway, que vive em Nova Iorque e está apaixonada por um poeta doente de SIDA.

São várias as mulheres de “As Horas”, entre elas Meryl Streep, Julianne Moore, Toni Colette, Claire Danes, Miranda Richardson, Allison Janney e Nicole Kidman. Nicole Kidman venceu o seu Óscar de Melhor Atriz por este filme.

As Sufragistas (2015)

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Fonte IMDB

O movimento revolucionário feminista começou na América, mas em “As Sufragistas” (Sarah Gavron, 2015) o espaço fílmico é a Europa, mais precisamente a Inglaterra (Londres), na segunda década do século XX. Somos levados até à vida doméstica e profissional de um grupo de mulheres maltratadas pelos seus patrões pelos seus maridos. É isso que as faz despertar para o movimento feminista que começa a estabelecer-se e a ganhar força na época.

Na luta pelo direito ao voto, essas mulheres radicalizadas recorreram à violência como a única via para mudar, mesmo que isso signifique perderem tudo: os seus empregos, as suas casas, os seus filhos e as suas vidas. De relembrar que Portugal só conseguiu o sufrágio universal nas primeiras eleições pós 25 de abril. Carey Mulligan lidera o elenco de “As Sufragistas”, que conta ainda com Helena Bonham Carter, Anne-Marie Duff e Meryl Streep.

Mad Max: Estrada da Fúria (2015)

Melhores filmes feministas século XXI

Fonte IMDB

Este Mad Max: Estrada da Fúria (George Miller, 2015) arrepia qualquer um pela sua montagem alucinante, pela explosiva banda-sonora, mas também pela sua história com alguma tonalidade política e feminista. O filme coloca aliás uma mulher a partilhar o protagonismo com Max Rockatansky, agora interpretada por Tom Hardy. Ela é, nada mais nada menos, que a mítica Furiosa de Charlize Theron.

Estrada da Fúria mostra-nos Max perseguido pelo seu turbulento passado, que acredita que a melhor forma de sobreviver é não depender de mais ninguém para além de si próprio. Ainda assim, acaba por se juntar a um grupo de mulheres rebeldes que atravessa a Wasteland, numa máquina de guerra conduzida pela Imperatriz de elite Furiosa. Este bando está em fuga de uma Cidadela tiranizada por Immortan Joe, a quem algo insubstituível foi roubado. Exasperado com a sua perda, o Senhor da Guerra reúne o seu letal gangue e inicia uma impiedosa perseguição às rebeldes e a mais implacável Guerra na Estrada de sempre.

Apesar do teor feminista, “Mad Max: Estrada da Fúria” vai além desse rótulo comercial. Mad Max é pois um retrato pós-apocalíptico do que as mulheres e os homens poderão fazer para mudar o mundo. Partilham desafios e aprendem a conviver num planeta completamente destruído. Mad Max: Estrada da Fúria firmou Charlize Theron como protagonista de filmes de acção, sendo que a atriz viria a participar ainda em Velocidade Furiosa 8.

Roma (2018)

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Fonte IMDB

Que filme foi mais feminista em 2018 senão “Roma” (Alfonso Cuarón, 2018) distribuído pela Netflix? Roma foi nomeado a 10 Óscares da Academia e é uma homenagem do seu cineasta Alfonso Cuarón às mães de coração, e sobretudo à sua empregada doméstica Libo, aqui apresentada como Cleo na pele da atriz não-profissional Yalitza Aparício.

Em “Roma” temos a vida como ela é, o dia-a-dia de uma mulher que sofre pela sua condição social, mas que é reforçada pelos laços de amor que estabelece com as crianças de uma família. Profundamente pessoal, “Roma” regista um ano na vida de uma família de classe média residente no bairro de Roma, na Cidade do México, no início da década de 70. Alfonso Cuarón pode não ser um radicalista cineasta feminista, mas as suas histórias mais recentes, como “Roma”, “Gravidade” (2013) e até “Os Filhos do Homem” (2006), dão voz e força à coragem feminina e ao que fazem para sobreviverem.

“O Estranho que Nós Amamos” (2017)

Melhores filmes feministas século XXI

Fonte IMDB

Quando Sofia Coppola afirmou que iria dirigir finalmente uma versão do romance “The Beguiled” escrito por Thomas Cullinan em 1966, metade das notícias revelavam que finalmente a história teria a sua visão feminista. Afinal “The Beguiled” já havia chegado aos cinemas em 1971 num filme bastante fetichista da mulher, realizado por Don Siegel e protagonizado por Clint Eastwood. Com a sua obra, a realizadora e argumentista Sofia Coppola finalmente trata a trama com maior subtileza e com a sensibilidade feminina que requer.

Ambientada durante a Guerra Civil em uma escola no sul da Virgínia, “O Estranho que Nós Amamos” apresenta a história de mulheres abrigadas num colégio que encontram um soldado ferido que precisa de cuidados médicos. Mas, com a sua chegada, a casa é estranhamente tomada por uma forte e perigosa tensão sexual que gera rivalidade entre as estudantes. Tabus são quebrados numa inesperada reviravolta de acontecimentos.

No elenco de “The Beguiled” estão Kirsten Dunst, Elle Fanning, Colin Farrell, Oona Laurence, Angourie Rice e Nicole Kidman. De relembrar que Nicole Kidman tem sido um dos rostos cinematográficos da nova vaga hollywoodesca de filmes e séries protagonizados por mulheres, sobretudo por mulheres com mais de quarenta anos. Aliás, ao lado de Reese Witherspoon é uma das protagonistas de Big Little Lies, uma das melhores séries disponíveis em HBO Portugal, cuja segunda temporada estreia em junho.

A Mulher (2018)

Melhores filmes feministas século XXI

Fonte IMDB

Por detrás de um grande homem existe uma grande mulher e por detrás de um grande ator, há uma grande atriz. A interpretação de Glenn Close, que lhe valeu o reconhecimento da indústria ao receber quase todos os prémios de Hollywood, é o grande segredo de “A Esposa” (Björn L Runge, 2017). “A Mulher” é um filme feminista que quer dar voz aos talentos de uma esposa, esquecida na sombra do marido. O filme conta com um argumento de Jane Anderson, numa adaptação do romance de Meg Wolitzer.

Em “A Mulher”, Glenn Close é Joan Castleman uma mulher bonita e inteligente, que durante anos foi a esposa perfeita. Sacrificou o seu próprio talento para ajudar o marido a seguir em frente na sua carreira. Joan é casada com o famosos escritor Joseph Castleman, que é laureado com o prémio Nobel da literatura. Ignorando as infidelidades do marido, Joan faz um pacto com Joseph que a leva a um ponto sem retorno.

Outros filmes feministas a não perder

Melhores filmes feministas século XXI

Fonte Women & Media

Porque o cinema feminista continua a ganhar força, vale a pena destacar outros grandes filmes sobre o feminismo, com mulheres e sobre mulheres. Fica com a lista de outros 10 filmes feministas a não perder:

  • “A Troca” (Clint Eastwood, 2006)
  • “Persépolis” (Vincent Paronnaud, Marjane Satrapi 2007)
  • “As Serviçais” (Tate Taylor, 2011)
  • “Olhos Grandes” (Tim Burton, 2014)
  • “She’s Beautiful When She’s Angry”  (Mary Dore, 2014)
  • “Elementos Secretos” (Theodore Melfi, 2016)
  • The Post (Steven Spielberg, 2017)
  • “Guerra de Sexos” ( Jonathan Dayton, Valerie Faris, 2017)
  • “Feminists: What Were They Thinking?” (Johanna Demetrakas, 2018)
  • “American Honey” (Andrea Arnold, 2016)
  • “A Favorita” (Yorgos Lanthimos, 2018)

 

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Olá! Eu sou o Marcelo, um cinéfilo assíduo e um treinador de Pokémon competente e penso ter descoberto todos os segredos do mundo geek.